Beleza

quero flores se abrindo
um lindo desabrochar
quero me ver  sorrindo
num deslumbrante despertar

quero o verde viçoso
derrubando folhas ressequidas
quero o vento suave e gostoso
trazendo mil aromas de vida

quero a beleza estampada
em mim, no mundo e nada
nada pode isso mudar

quero  os olhos do amor
em tudo trazendo calor
chama que não vai se apagar

Manhã de Outono

manhã de outono

manhã de esperança

de barba comprida

mas sorriso ainda criança

a flor do sonho desabrocha

sob o céu azul do querer

sonhos rondam por aqui

brincam atrevidos com meu existir

exalando os perfumes do prazer.

De pé

me liberto  hoje me liberto

dessa zica que me prende

dessa má sorte do pensar

desse jeito de viver que me ofende

a orelha não vai mais doer

nem o casco da cabeça

eu me ergo para o que vier

do chão eu me levanto

enxugo esse antigo pranto

e fico para sempre de pé.

Quarentena

entenda bem essa ordem

não se pode mais sair

por causa desse bichinho

que apareceu por aí

tem que fazer a prevenção

para ele não procriar

ficar na  tal da quarentena

de gastar álcool não tenha pena

até essa onda passar

Ser pequeno

um ser microscópico
mas de enorme poder
pode destruir o mundo
sem mesmo nada saber
isso vem nos provar
o quanto somos pequenos
Podemos tirar como lição
a certeza de que o que  importa então
é a maneira como vivemos

Fortes e fracos

Flores murcham

Na noite de asperezas

Mas  manhãs férteis vêm

Renovando a beleza

E o curso lento do rio

Lambendo barrancos lamacentos

Carrega flores e troncos

Motivos nobres e broncos

Sopram ares  de fracos e fortes ventos