Autoria Múcio Ataide
A turma que não me enturma.
O segredo mais escondido.
A vida inteira procurando,
Achado e de novo perdido.
O mesmo ser antigo
Que pensava estar morto,
Renasce das cinzas
E vem se aportar em mim
Como um encosto.
As mesmas grades e grilhões.
Parece que não muda nunca.
Nunca vou me libertar.
O mesmo ser que agora é forte,
Daqui a segundos vão derrubar.
Eles que não são eles, eles que sou eu.
Eu no outro, o outro em mim,
Essa loucura de eles e eu, de lá e de cá.
Seres que aqui dentro se alternam
Polvo cruel de mil pernas.
Esse tormento, que vai num e vem noutro momento.
Como ave de rapina em bando.
E arrasado eu pergunto:
Até quando?
Nenhum comentário:
Postar um comentário