quarta-feira, 15 de abril de 2020

Caminhos


Sentia que o caminho desprezado
Era o melhor  caminho a ser seguido,
Precisava ir. Era a saída.
Eis que se pôs a caminhar,
mesmo sabendo
Das agruras e pedras que nessa jornada poderia encontrar

Já não trilhava por ali há algum tempo
E viu que os estragos
Feitos pela chuva e as intempéries dificultavam seus passos
Mas não, já não tinha volta...
Começou, agora vai
Encontrou pedras de tropeços e flores lindas
Que apesar do maravilhoso aveludado das pétalas
E do perfume inebriante que faziam exalar pelo ar
Também tinham espinhos
E esses o feriram profundamente
Quando tentou colher uma flor
Agora é caminhar.
Sentir o pé no chão, as pedras cortando a carne,
Ramagens cheias de espinhos que perfuravam a sola do pé,
A poeira fazendo-o  atolar até quase o joelho

Não bastasse tudo isso ouviu  estrondo estarrecedores  que aumentaram os receios
e viu  um lápis invisível  numa caligrafia torta fazer alguns  riscos pelo céu , 
do nada Começou a chover
Uma chuva  fina a principio, mas que foi se intensificando até tornar-se torrencial
Essa foi mensageiro de mais  desespero, quanto  trouxe a lama , o  frio e  a desolação
Além das feridas provocadas Por enormes pedras de  granizo Que desceram em profusão
Agora era se jogar no meio,
não podia mais fugir
Enfrentar, por a mão da massa, deixar-se dominar por toda aquele cenário assustador. 
E foi, e foi...
Chegou até bem do outro lado
Mas quem vai tem que voltar...
E esse caminho percorreria outras vezes,muitas vezes o deveria trilhar. 
Até que um dia descobriria uma fonte cristalina Onde beberia seu cansaço,
à sombra de uma árvore de copa colorida, e muito  frondosa
Aos pés daquele divino monumento da natureza  despojaria todos os seus pesos
do tronco       desceria leite e mel.
E deixaria a bagagem solta ao chão
Enquanto sôfrego mataria a sede
E logo depois descobriria que ali  pendendo daquela árvore
haviam frutas saborosíssimas, frutas multicores de  muitos sabores
Para adoçar a boca néctares e manjares sonhados durante a caminhada.,
Dormiria  um sono tranquilo e reparador  após se fartar do lauto banquete
num cenário paradisíaco e bucólico
um  verdadeiro oásis
feito cena de filme...
Naquele mágico recanto  encontraria o premio pelas chagas
Pela poeira da estrada, os espinhos do caminho e  por todos os  tropeços.
Ansiava o prêmio, pois caro já pagara o preço.

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