Mário encontrou sua amiga de muitos anos. Colega da faculdade. Uma pessoa muito especial em sua vida. Por ela já alimentou um grande amor, com ela já riu, já chorou, já falou de coisas bem Íntimas, já desabafou. Aquela pessoa era muito especial para ele.
Agora parecia uma desconhecida, embora tenha sentido uma
grande alegria no reencontro não conseguia vê-la com aquela intimidade nem em
torno dela girava aquela aura de fantasia e de confiança.
Quem sabe talvez o tempo apague os mitos sobre as pessoas e elas passem a ser apenas
pessoas, o tempo fez murchar e cair ao chão a imagem colorida que fazia de sua
amiga.
Então uma grande tristeza tomou conta dele. Pensou que aquela
pessoa não existe mais, o tempo a
transformou em outro ser.
É a ilusão de juntar de novo a turma de outros tempos. Não funciona. Aquele tempo bom não volta mais. E mesmo que os reencontros aconteçam e que se tente reavivar aqueles bons momentos a impressão é outra, o tempo é outro. Ninguém é mais o mesmo.
Manter unida a turma nunca mais. Cada um está
fazendo sua vida sua historia em lugares diferentes. Não somos mais os mesmos e
nem representamos na cabeça das pessoas o que representávamos naquela época.
Lamentável, triste e até desolador, mas é a realidade.
Despediu-se da amiga, estava contente por revê-la, mas ao mesmo tempo triste.
Sabia que seria quase impossível vê-la novamente.
Foi-se embora levando a desilusão e na cabeça uma frase que
estava escrita no seu convite de formatura, naquele dia do fim de um maravilhoso ciclo. O dia que determinou
este distanciamento e programou para
muitos anos além, esta angústia que sentia agora. O dia dos paradoxos, alegre
e triste, de comemoração e despedida. Era uma frase do Gonzaguinha. Recitou-a em voz alta sem se preocupar que as pessoas à sua volta pudessem ourir, enquanto enxugada uma lágrima:
“Um dia nos encontraremos e contaremos as estrelas para ver qual ainda brilha e qual se apagou”
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