COMENTÁRIO SOBRE O LIVRO O EXILADO DA RUA OUTONO DE OSIAS RIBEIRO NEVES EDITORA ESCRITÓRIO DAS HISTÓRIAS
Gostei muito do livro os exilados da rua outono. Além da indiscutível qualidade literária, riqueza gramatical e léxica, me fez pensar .
Belos contos da cidade e do campo, exaltando as coisas das
gerais, eu diria com um toque roseano,
mas com personalidade e poesia saltando em cada linha.
Um texto
muito bem construído, ameno e agradável em muitos pontos, tenso em
outros, despertando a reflexão, as emoções, questionamentos mas prendendo a atenção durante toda a leitura.
As histórias despertaram
minha atenção:
Na vida das aldeias seus significados e costumes. E no
decorrer dos acontecimentos, trágicos ou amenos com as peculiaridades e os valores próprios e de cada época e de
cada povo.
Nas linhas do trem que continuam vivas na memória e traçam
destinos e assim será para todo o sempre. As marcas que ficam.
No paquiderme, enorme, desajeitado, nos estorvando. O que é o paquiderme? O que
nos incomoda? O que deve ou não estar em nossa vida? Qual o sentido? Quais são
nossos fardos? Reflexões em toneladas nesse texto.
Nos visitantes da noite que representam o período mais
sombrio de nossa história. Que as luzes
se acendam e que essa escuridão, que hoje nos ameaça, não volte a existir.
Coisas do (a) Demo.
Na alma , em Almas, o ruminar do pombo e esse vai e vem da
vida com seus meneios e suas lutas e ideias, ideologias... Caminhos diversos. Os exílios, os encontros e desencontros.
Em o Matador pensei
sobre os limites e extremos da vida. Quem vence e quem é vencido? Coragem, esperteza,
quais são as verdadeiras armas dos grandes?
Em nó do laço, a vida de gado e os aboios da vida com seus
berrantes e ferrões. Texto denso, poético, belo e realista, e chocante no
final.
Em como vemos as paisagens à nossa volta.
Nos contos Um mundo e outro mundo me lembrei de Fernando
Sabino, e de um mundo de imaginação, poesia e
mil possiblidades que reside em cada um de nós. Com aquele toque de fantasia, ternura e senso de aventura.
Nas Rotinas do amor e desamor o realismo das relações,
pequenas histórias que são vividas no dia a dia por muitas pessoas. A
aridez e a decadência das relações, o
machismo, as tragédias. Tudo isso que
acontece por aí, o tempo todo. No princípio achei que eram minicontos, depois
percebi que eram contos contados de forma alternada como uma pequena novela em
capítulos, e todos eles tiveram um fechamento
perfeito. Muito bom.
Em Pássara, a prisão e a liberdade. A lenda do canto livre
que ecoa pelas matas. A fuga da gaiola, o valor da liberdade e da superação dos
males. A passarada que celebra a liberdade e canta livre.
No conto exilado que dá titulo ao livro a história do
professor, de um grande amor, exilados num antigo casarão.
No ultimo conto do livro a exploração faz virar carvão, somos
apenas uma peça a mais na fornalha dos
lucros, trabalhador só uma pecinha a mais, queimou estragou, joga-se fora. A ganância destruindo sonhos. Vale trocar o
certo pelo duvidoso? O sonho que pode
destruir. E o quanto nos tornamos carvão
nesse sistema tão injusto que nos rodeio?
Foi assim que interpretei do meu jeito o livro.
Concluindo um livro muito bom, contos bem escritos com grande qualidade literária, realismo, poesia, despertando a reflexão fazendo pensar ,viajar
pelas palavras e sentir de forma intensa o prazer de ler. Parabéns Osias e mais
uma vez muito obrigado pelo presente e por me proporcionar tão bons momentos
com o exilado da rua outono.
Super recomendo.
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