sexta-feira, 10 de junho de 2022

PENSANDO PELAS RUAS

Às vezes andando pelas ruas de Pitangui (MG) e ando muito por elas,  fico imaginando como seria se todo o patrimônio histórico tivesse sido preservado. Como seria bonito tudo isso por aqui! Os prédios conservados, pintados, pequenos postes de iluminação público colocados nas paredes das casas, com luzes amarelas que lembram velas e lampiões, as ruas calçadas com aquelas pedras grandes, aquelas quadradas, não sei bem o nome, que são boas de transitar, não tanto quanto o asfalto, mas são boas. Assim como a gente vê em cidades como São João Del Rei, Ouro Preto e outras histórias.

Fui a Ouro Preto em um dia comum e alguém de lá me disse: -você precisa vir aqui na época do carnaval é uma loucura. Em Diamantina me falaram sobre a tal Vesperata que é um grande espetáculo e gera muito movimento. A mais tranquila que conheci, mas não menos fascinante foi Congonhas com seus profetas e seus morros. Também promove grandes eventos.  

E a preservação do que é histórico traz o turista   o turista então gera um lucro absurdo. Quando andava pelas ruelas de Tiradentes tive a impressão que estava seguindo uma procissão devido ao grande número de pessoas pelas ruas. Ouvi alguém falar numa língua estranha ao meu lado e demorei a perceber que era alemão. Vi restaurantes especializados em comida italiana, japonesa, francesa e outras. À noite entrei num pequeno auditório e lá alguém fazia um belíssimo recital de piano. Meu Deus! Pensei. É só uma cidadezinha do interior de Minas.  Vários museus, em todos se paga para entrar. E fiquei imaginando a renda dessa cidade, os impostos e o quanto dinheiro o turismo não gera por ali.

Isso tudo poderia ser nosso.

O ideal seria que houvesse duas cidades aqui, um centro histórico preservado onde você pudesse andar e sentir-se como se estivesse em outra época. O que aconteceu comigo quando entrei uma vez no centro histórico de são João Del rei. Fui envolvido por um clima de beleza, charme e elegância. Algo difícil de explicar. Fascinante a sensação que se tem. Parece que aquela arquitetura abraça você e o conduz para outro tempo. Existia uma poesia no ar. Até imaginei que fazia parte de uma daquelas antigas novelas das seis, cheias de acontecimentos frenéticos, uma trama de prender a atenção. Desculpem, a imaginação às vezes toma conta, voltemos ao assunto: Por outro lado poderia existir uma cidade moderna com todo o fascínio do progresso em outros barros. Chapadão, Santo Antônio poderiam ter construções mais verticais, um clima de cidade grande.

Quem dera tivéssemos por aqui, shopping center, cinema, teatro... Ninguém precisasse sair da cidade para fazer consultas médicas especializadas. Enfim oferecesse bem mais aos pitanguienses.

Do chapadão ao velho da taipa poderia existir um centro industrial, quem sabe talvez com alguma especialidade, assim como Nova Serrana  é a terra do calçado, Pitangui poderia ser a terra de alguma coisa, ter alguma atividade que alavancasse a economia.

Cidades modernas são belas, cidades histórias também, o progresso é maravilhoso e a preservação do patrimônio é algo louvável. Assim como São Joao Del rei Pitangui poderia ter os dois lados.

Mas ficamos no meio do caminho, nem preservamos, nem fomos em direção à modernidade.

Daí eu volto para casa e fico pensando que são apenas divagações feitas pelas ruas. Sonhos apenas, mas imaginar faz bem e acima de tudo amo Pitangui, gosto desse lugar, gosto das pessoas, acho bonito o que ainda sobrou do nosso patrimônio. Temos muitas cosias boas por aqui.  Acredito que evolui devagar, mas acima de tudo é um lugar bom para se viver.

Parabéns Pitangui pelos 307 anos.

Múcio Ataide.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 Neste site,  um pouco da carreira literária de Múcio Ataide, seguindo o caminho das letras para  brindar a vida e descobrir seus encantos e...