Rolando se foi, foi rolando a poesia, voando nas notas e versos, acho que foi tocando uma bela viola e cantando um modão lá para a terra dos que viajam fora do combinado.
Foi
ele a viola rumo a Deus, esperando encontrar o amor. O amor que ele plantou com
a sua arte.
Chegando
por lá deverá hastear a bandeira do Brasil bem na entrada. Depois vai proseando,
se entrosando e fazendo amizade. Cantando e contando causos. Vai ficar feliz ao encontrar velhos amigos. Vai
atuar na peça do Ariano. Com certeza compor um samba com Adoniram. Dar aquela
gargalhada com Dominguinhos. Uma prosa muito gostosa com o Dito Preto lembrando
os tempos de São Joaquim. Pontear com Tião Carreiro. Quando encontrar o Tinoco
vai ouvir em alto e bom som: -Que Beleza! Se esbaldar numa roda de samba com
Cartola e Jamelão. Fazer escada de novo num show do Mazzaropi. Duetar com
Inhana. Ouvir imitações de Nho Totico. Chupar uma laranja madura na companhia
de Ataulfo. Cantar e prosear com Gonzaguinha, Gal, Vander
Lee, Vinícius, e tantos outros.
Pedir a
benção a todos os grandes que já passaram por aqui e continuar por lá a ser o
Sr. Brasil.
O
Brasil fica triste com essa partida, mas fica descoberto, fora da gaveta e sem
medo de se mostrar, de se expor, por
obra dele ergue a cabeça e não se dobra subserviente a ninguém. Descobriu seu
valor e a imensidão de sua arte.
E
concluímos que no verso e reverso da sua
vida inteira espalhou belas sementes e que ruminando causos, contando
história e cantando as coisas do Brasil dá
pra ser feliz.
A
arte e a cultura brasileira perdem muito com essa viagem.
***
As
manhãs de domingos
Agora
são assim
Alegres
por lá, tristes por aqui
A benção Rolando Boldrin!
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