sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

SUPREMACIA

 Assistindo ontem aos jornais  e vendo o Sr. Filipe Martins aliado de Bolsonaro  fazendo o gesto com os dedos símbolo considerado por alguns  como símbolo da supremacia branca lembrei-me do livro Um milhão de pequenas coisas  de Jodi Picoult que li recentemente.

Baseado em fatos o livro conta a historia de uma enfermeira obstetrícia proibida de cuidar de uma criança branca, porque os pais supremacistas pediram a direção do hospital para que nenhum negro se aproximasse do filho deles. Após uma cirurgia a enfermeira foi obrigada a atender a criança porque ela estava morrendo, tentou reanimá-la, mas mesmo assim a criança morreu e ela foi a julgamento sendo acusada de matar a criança.

O livro descreve muito bem sobre a teoria do arianismo, da supremacia branca, que causa nojo e asco, difícil  acreditar que exista algo assim. O pai da criança fazia parte de um grupo de Skinheads, ele, a esposa (mãe da criança que faleceu) o sogro e várias outras pessoas saíam pelas ruas espancando e até matando negros, latino-americanos (detestavam mexicanos) judeus e outros. Eu com minha cor parda seria eliminado por eles caso cruzasse o caminho do grupo numa noite qualquer. Diriam vamos pegar o Múcio ele é latino ele  é do grupo errado.  De acordo com a história,  na maneira de pensar deles o branco é a raça verdadeira e as outras são sujas, manchadas e devem ser eliminadas. O autor do livro menciona uma igreja cristã em que  os supremacistas do livro eram adeptos e que  acredita que Deus fez os brancos como raça pura, a verdadeira,  apenas esses são filhos de Deus  o diabo fez  os outros e para fazer a vontade de Deus é preciso eliminar todos os que não são puros.

Tivemos um gostinho por aqui do que o ódio de classe pode fazer. Quando olho para o outro e digo você tem menos valor porque pertence a outro grupo. Eu sou gente de  bem e você do mal, eu sou de uma classe financeiramente superior, de uma raça superior, de uma orientação sexual melhor,  do outro partido, do outro time, de outra ideologia e por isso, por você ser diferente eu preciso combater você.  Enfim, esse ódio no livro foi apresentado como crença em supremacia branca, mas ele   tem várias faces todas elas horrendas .   Não sejamos vítimas dele.

Será que nosso ex-presidente foi capaz de flertar  ideologicamente com isso e conviver  com pessoas que pensam dessa forma? Principalmente em um  país que é pura  miscigenação. É de assustar de verdade

Recomendo o livro  é muito bom. E o final surpreendente.

 Neste site,  um pouco da carreira literária de Múcio Ataide, seguindo o caminho das letras para  brindar a vida e descobrir seus encantos e...