Assistindo ontem aos jornais e vendo o Sr. Filipe Martins aliado de Bolsonaro fazendo o gesto com os dedos símbolo considerado por alguns como símbolo da supremacia branca lembrei-me do livro Um milhão de pequenas coisas de Jodi Picoult que li recentemente.
Baseado em fatos o livro conta a historia
de uma enfermeira obstetrícia proibida de cuidar de uma criança branca, porque
os pais supremacistas pediram a direção do hospital para que nenhum negro se
aproximasse do filho deles. Após uma cirurgia a enfermeira foi obrigada a
atender a criança porque ela estava morrendo, tentou reanimá-la, mas mesmo
assim a criança morreu e ela foi a julgamento sendo acusada de matar a criança.
O livro descreve muito bem sobre
a teoria do arianismo, da supremacia branca, que causa nojo e asco, difícil acreditar que exista algo assim. O pai da
criança fazia parte de um grupo de Skinheads, ele, a esposa (mãe da
criança que faleceu) o sogro e várias outras pessoas saíam pelas ruas
espancando e até matando negros, latino-americanos (detestavam mexicanos)
judeus e outros. Eu com minha cor parda seria eliminado por eles caso cruzasse
o caminho do grupo numa noite qualquer. Diriam vamos pegar o Múcio ele é latino
ele é do grupo errado. De acordo com a história, na maneira de pensar deles o branco é a raça
verdadeira e as outras são sujas, manchadas e devem ser eliminadas. O autor do
livro menciona uma igreja cristã em que os supremacistas do livro eram adeptos e que acredita que Deus fez os brancos como raça
pura, a verdadeira, apenas esses são
filhos de Deus o diabo fez os outros e para fazer a vontade de Deus é
preciso eliminar todos os que não são puros.
Tivemos um gostinho por aqui do
que o ódio de classe pode fazer. Quando olho para o outro e digo você tem menos
valor porque pertence a outro grupo. Eu sou gente de bem e você do mal, eu sou de uma classe
financeiramente superior, de uma raça superior, de uma orientação sexual melhor,
do outro partido, do outro time, de
outra ideologia e por isso, por você ser diferente eu preciso combater você. Enfim, esse ódio no livro foi apresentado como
crença em supremacia branca, mas ele tem várias faces todas elas horrendas . Não
sejamos vítimas dele.
Será que nosso ex-presidente foi
capaz de flertar ideologicamente com
isso e conviver com pessoas que pensam
dessa forma? Principalmente em um país que
é pura miscigenação. É de assustar de
verdade
Recomendo o livro é muito bom. E o final surpreendente.
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