Uma mensagem no celular fez o
homem se contorcer em plena rua. E minha habilidade de observação não deixou
isso passar despercebida. Ele parecia
muito feliz. Tive a impressão de que queria pular, saltar comemorar algo, mas
para não pareceu louco não o fez. A prudência o tolheu e aquietou. Sabia que no momento em que estivesse sozinho
deixaria expandir aquela felicidade e ela saltaria como um animal recém-liberto
do cativeiro. Pularia como gado em pasto
novo. Seria bonito ver essa celebração talvez manifestada em pulos, gritos e
canções. Podia prever aquilo. Senti-me
feliz por ele. Fiquei muito curioso e
intrigado: qual seria o motivo de todo aquele êxtase? A ave alvissareira decolou de algum lugar
desse mundo, voou pelos ares nas ondas mágicas da tecnologia e pousou naquele
pequeno aparelho trazendo a felicidade disfarçada de letras. Alias esse é o seu
melhor disfarce. Foi lindo ver aquilo. Benditas aves.
sexta-feira, 6 de setembro de 2019
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