sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Mensagem



Uma mensagem no celular fez o homem se contorcer em plena rua. E minha habilidade de observação não deixou isso passar despercebida. Ele  parecia muito feliz. Tive a impressão de que queria pular, saltar comemorar algo, mas para não pareceu louco não o fez. A prudência o tolheu e aquietou.  Sabia que no momento em que estivesse sozinho deixaria expandir aquela felicidade e ela saltaria como um animal recém-liberto do  cativeiro. Pularia como gado em pasto novo. Seria bonito ver essa celebração talvez manifestada em pulos, gritos e canções.  Podia prever aquilo. Senti-me feliz por ele.  Fiquei muito curioso e intrigado: qual seria o motivo de todo aquele êxtase?  A ave alvissareira decolou de algum lugar desse mundo, voou pelos ares nas ondas mágicas da tecnologia e pousou naquele pequeno aparelho trazendo a felicidade disfarçada de letras. Alias esse é o seu melhor disfarce. Foi lindo ver aquilo. Benditas aves.

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