A idiotice manda dizer
Que está solta no Brasil
Agora temos que escolher
Entre o feijão e o fuzil.
É bonito até
a serra vermelha
uma lingua lambendo o mato
mas beleza nem sempre é vida
pode ser morte disfarçada
pode sangrar de males e dores
fogo na serra
ignorância, desamor, estupidez
o ar impuro, as doenças
sujando o piso
sujando os ceus
bradando infernos
poluição, destruição
o sufoco, a falta de ar
os bichos queimando
a terra perdendo fertilidade
quanta ignorância
todo ano a mesma coisa
até quando?
O vermelho da insanidade
sangrará o chão e o planeta
depois do vermelho as cinzas
e um dia nada sobrará.
Em nossa visita à capital fomos a um shopping que estava localizado bem no centro da cidade. Andamos muito conhecendo o lugar. Requinte, beleza e a oportunidade de ver coisas que não faziam parte da nossa rotina diária. Estávamos inseridos no mundo burguês um pouco diferente do nosso. E sentíamos até certo desconforto embora fosse agradável estar ali.
Visitamos diversas lojas, compramos algumas coisas, fomos ao cinema, nos divertimos bastante aquele dia.
Ao final resolvemos tomar um lanche. E chegamos à praça de alimentação. Estava apinhada. Pedi um sanduíche muito saboroso e depois pedimos um pote de sorvete para ser compartilhado entre os três. Uma delicia aquilo!
Enquanto comíamos observamos um movimento estranho vindo de uma das mesas do canto. Os rapazes batiam na mesa e começavam um sussurro, logo em seguida foram aumentando os decibéis e então percebemos que falavam o nome de um possível candidato à presidente da república. Daí a pouco estavam já gritando o nome dele.
Olhamos em volta e vimos que os olhares de muitas pessoas brilhavam e logo em seguida a maior parte dos presentes em coro, gritava o mesmo nome.
Observamos também que alguns balançavam a cabeça em sinal de desaprovação. Eram os adeptos do candidato que fazia oposição àquele. Mas não ousavam rebater porque o grupo era minoria absoluta.
Entramos no coro e nos deliciamos com aquela manifestação de apoio a alguem que nos representava verdadeiramente e já havia provado isso em pleitos anteriores.
Éramos apenas alguns caipiras fora do seu ambiente. Embasbacados com o luxo e os prazeres burgueses do lugar e honrados por ver o apoio àquele que nos representava. Era a nossa vez. Tínhamos vez. Eramos iguais ali. Nós e os frequentadores assíduos do lugar em uníssono no mesmo tom e no mesmo ideal. O mesmo coro em uma só voz.
Fiquei pensando... se naquela praça de alimentação houvesse algum restaurante de frutos do mar, qual seria o prato mais pedido? E qual seria o prato que aquela minoria descontente pediria para ser fritado e comido com expressões ranzinzas mordendo a iguaria com uma raiva atroz e se preparando para indigestão certeira.
Nosso candidato lá, “ele não”.
Nada é mais criança que a esperança.
Ela a terra da alma
e de lá faz florescer sementes
faz reviver os animos dormentes
faz tudo florir, sorrir,
colore o porvir
hoje é sexta
amanhã é sabadão
hoje tem novo projeto
vem novo encontro por aí
tem um filme bom na tv
tem um lanche legal
um programa bom para se fazer
vamos tomar aquela gelada
a empresa vai dar lucro
o curso vai me dar nova oportunidade
vou viajer, ver novos lugares
outras terras conhecer cidades
a cirurgia será um sucesso
o projeto vai engrenar
vou encontrar o amor
vou sentir bons sentimentos
vou viver grandes momentos
o amanhã será melhor
cheio de coisas
penso em tudo o que virá
ela colore tudo, traz a verdade
faz a vida não ser pequena.
esperança, criança brincando dentro da gente
infante alegre, saltitante contente
ela, e somente ela faz a vida valer a pena
tem muita terra
os vales somem de vista
ainda muito se pode explorAr
expandir, aniquilar, destruir.
o mundo é grande
os campos são extensos
a infinitude é maior
maior do que pensamos
Ah como somos pequenos!
como somos nada diante doo mistério!
Em cima do monte penso
reflito e oro
sei que sou obra prima de um criador maior
creio nisso.
mas me sinto um grão de areia diante da imensidão do existir
um pobre, como dizem, sem eira bem beira
poeira cósmica, um cisco, um nada.
Ah Mundo velho sem porteira!
Voei por aí
Rodei por ali
Nela, a máquina
parece que tem asas
quando dou a ela as da imaginação
voando sem voar pelos caminhos
nave, transporte, raio negro na estrada
sonho realizado.
parece besteira, mas é importante sim
conquistas devem ser brindadas
cinzeladas valorizadas
Nave negra na noite e no dia
rasgando o tempo e transportando sonhos
Os pensamentos vêm como nuvens
Carregadas de energia ruim
Em trovoadas e raios longos
de tantas coisas, tantos porens e medos
a precipitação é inevitável
nuvens densas, escuras, soturnas
Explodem bem em cima de mim
E fazem chover
Granizo e lágrimas
Chuva ácida e cáustica
de sufocos e angústias
tempestade de muitos mau presságios.
São muitas nuvens...
Por vezem fecham o céu
Posso as dispersar
Ou quem sabe fazê-las brancas
Com o mais puro algodão
Sem que me impeçam de ver o azul
O azul de um lindo céu de verão.
A aurora rasga o céu
Vai sugando a noite
Engolindo a escuridão
O alaranjado no horizonte
É o mesmo de ontem
O mesmo do crepúsculo
O arrebol tudo divide
É a marca do novo ciclo
A claridade vem mostrando o mundo
E tudo o que estava escondido
A vida vai despertando
Explosão de cores, cheiros, sabores
Vida além de vida e
vida...
Os sons da manhã
A flor desabrocha
A abelha vem
A borboleta também
O verde renasce
O aroma da terra exala
O orvalho é pingo de prata
Nas folhas e pétalas
Dali a pouco sobe nos ares
Abrem-se as cortinas
Natureza brilha, estrela, diva, musa...
O espetáculo começa...continua...
Um manto vai descendo sobre a tarde
o sol poente colore o
ceu de vermelho
e de outras cores também
vai passando seu pincel
e um lindo degradê vai desenhando
um quadro nas bordas do horizonte
pincelando de vermelho branco e amarelo
Um sino toca ao longe
Ave Maria...
Anunciação... júbilo, glória...
A tarde vai se esmaecendo
se apagando lentamente
dois caminhos
Entre o claro e o escuro
Indecisa, numa fascinante transição.
E se aconchega manhosa no colo da noite
Sempre vem algo de longe tocar a alma
Perguntas, indagações, segredos,
Vidas vividas, palavras perdidas, medos,
agonia, paz
lágrimas, sonhos
muito mais...
um aperto no peito
as lembranças rondam
feito espectros de fumaça
no lusco-fusco triste e belo
a tarde é contradição
é fascínio que se quer ver
mas que nos custa viver.
é passagem, é desafio
tem beleza, tem tristeza
Um fulgor e um vazio.
Transcendente, como tudo que toca a alma,
Impactante, forte e linda
E beira as bordas dos extremos
Divina...
Ao tomar a segunda dose da vacina o homem sentiu-se aliviado.
Tomou aquela vacina que gerava medo nos incautos e nos altamente manipuláveis. O líquido que continha segundo alguns, coisas misteriosas e perigos insondáveis. A depositária preferida nos últimos tempos das sandices dos adpetos de mil teorias de conspirações.
Agora estava ele protegido contra as gripezinhas e os resfriadinhos.
E ainda brincou dizendo que o que mais o assustava era a destruição que faria na casa ao esbarrar nos móveis com a grande e desajeitada cauda. -Vai ser difícil até me acostumar - disse.
Humor bem-vindo para uns, caústico para outros.
Também gritou viva o SUS, viva a ciência, Fora...
Mas o que importa é que a verdade prevaleceu, a ciência reina sobre a superstição e a crendice.
A luz venceu as trevas.
Que tal, para que não haja dúvidas, e que tudo seja auditável nesse mundo duvidoso voltarmos com algumas coisas do passado?
Vamos reatirvar o pombro correio e eliminar o email.
Nas escolas poderemos usar é logico novamente o mimeógrafo.
A velha máquina de escrever no lugar do computador, que trava e so nos causa dor.
Depois de tirarmos os asfaltos das estradas, todo caminho é para a roça. Adeus automoveis, so andaremos de carroça. Isso para os sem eiras nem beiras, porque os bons irão de liteira.
Queremos o silencio apaziguador e nada que tenha motor.
Pelas coisas que perderam o sentido criando uma nova sina, vamos lutar pela volta do arroz embaixo e do feijão em cima.
Cartas escritas à mão, desenhadas, com charme linguagem rebuscada e assinatura bonita para se saber quem é o dono. E para fazer cópia, nada de copiadora, só pode usar o carbono.
Nada de pix doc ou ted, se não depositar direto no caixa o deposito não procede. Para tirar um saldo uma fila vamos enfrentar porque os caixas eletrônicas têm que parar de funcionar.
Para ver nossa foto novamente vamos ter que esperar quase uma semana para o filme revelar. Espero que não venha a queimar.
Pode treinar a matematica adição, divisão, multriplacação. Com o fim da calculadora só faremos contas à mão. E de cabeça antes que a numeração cresça.
Celular joga fora volta ao telefone de discar, é bonito ouvir o barulho daquela rodinha a rodar .
Para que o saudosismo venha, cozinhar somente à lenha,
Banheiro bonito não pode, lembre-se quando você tinha, la no fundo do quintal uma fossa e a casinha? Se não for rico usa apenas o penico.
Na sala no lugar da poltrona confortavel um duro e aspero banco. Tira a tv colorida e põe a tv preto e branco.
De vários idiomas, será o fim, voltaremos a falar somente em latim.
Para que a comida não se perca, não se engane, é tudo besteira, coloque no girau e jogue fora a geladeira.
Na seringa para a injeção o fogo no estojo faz a desinfecção
Balança so de dois pratos, com pesos bem regulados, o peso é certeiro a eletronica é duvidosa .Não tem nem ponteiro!
Para ouvir uma canção nada de arquivo digital nem cd volte para o velho bolachão, de preferencia o de 78 rotação.
No lugar da claridade dessa grande enganação retire lampada elétrica e acende o lampião. E se quiser caprichar e ter uma luzinha mais amarela, volte ainda mais para trás, tira o lampião e poe a vela.
Laboratorios vão fechar, remedios vão acabar. É o fim do sofrimento. Começa agora uma outra forma de curas e alentos. Para as dores e os males ervas, rezas e benzimentos.
Tome um último bom banho lave bem o corpo inteiro faça apenas um aceno e se despeça do chuveiro, Água quente ou água fria, esquente e coloque na bacia. Ótimo banho rebanho!
Vamos voltar a usar o mata-borrão nem eu sei o que isso não
Para se nascer de forma natural e verdadeira, nada de obstetra só parteira.
Voltemos também:
ao carrasco
À forca
Às crucificações
Às guerras santas
Aos castelos
As masmorras
As arenas
Aos leões
A gregos, troianos
Ao grande embuste
Cavalo da paz
Ao dente por dente
A imperadores
Impérios
Bacanais
Voltemos a mais
Muito mais.
Voltaremos a outras eras dia a dia num continuo repeteco, vamos parar lá para bem antes do australopitecos.
Saudações meus caros dinossauros.
Se bobear chegaremos ao dia da grande explosão e ao antes do antes do antes do momento da criação.
Muitas coisas do passado eram boas e belas não podemos negar, mas em muitos aspectos será que vale à pena voltar?
E quem quer essa volta porque motivo será? Qual a verdadeira intenção para se querer voltar?
Acesse o botão, botão não, é coisa moderna, acesse a manivela e na Máquina do tempo vamos entrar em outras eras.
Para que evoluir se não se pode auditar? Para que andar se
podemos rastejar?
Lá na frente um lindo passado nos espera...
Vem como doce carinho
uma palavra de alento
um pequeno elogio
pode mudar o momento
renova a fé que temos em nós mesmos
esperanças e promessas logo vêm
ouvir um incentivo, o que nos agrada
palavras que cinzelam e afagam a alma
Nos faz bem, muito bem.
Olhos acesos
o perigo que ronda
espreita nos cantos
Vai vindo em ondas
As velhas e más ideias
se unem para incomodar
num desconcertante degredo
um rosário de medos
noite a fora vou a desfiar
A madrugada é um mistério
nela moram melancolias e segredos
também a poesia do silêncio
e o aperto dos sustos e medos
Sereno, ideias,frio,sonhos, pânico, galos, uivos...
mais, muito mais...
sensações indefiníveis e indecifráveis
onde as dores mais doem
saudades e tristezas corroem
em busca de sentimentos afaveis e paz.
Neste site, um pouco da carreira literária de Múcio Ataide, seguindo o caminho das letras para brindar a vida e descobrir seus encantos e...