Chegou à praça e procurou um lugar tranquilo par se sentar. Um banco do canto debaixo de uma árvore que espalhava flores vermelhas pelo chão. Um cantinho da tranquilidade poderia assim dizer.
Lembrou –se que naquela praça por muitas vezes parou para descansar quando
vinha do serviço, conversou com amigos,
se preparou para noitadas, usou os aparelhos de ginastica que ficavam bem ao
meio para se exercitar e ousou ligar a máquina da lembrança para ir além: Lembrou-se
que quando menino por volta de onze anos
de idade vinha sentar-se ali, com um pequeno radinho vermelho nas mãos para em
noites alegres, ouvir belas canções. Canções que viajavam bastante, vinham lá de são Paulo nas ondas do
radio e aterrissavam ali naquela praça para embalar os sonhos de um menino que
tinha muita vida pela frente, amor e muita vontade de viver.
Sentou-se no banco começou a ler usando seu smartphone e
ficou pensando nos contornos da vida e
nas mudanças que ela traz. Poderia aquele menino imaginar que um dia, quarenta
anos depois ali estaria sentando na mesma praça? Desta vez com outro aparelho na mão, um aparelho bem
mais moderno.
Planejou voltar ali à noite e ouvir aquelas antigas canções
pelo youtube, reviver, voltar no tempo. Mas os tempos eram outros, os valores
mudaram tudo era diferente, e ao tempo tudo era igual. A vida parece que vai, mas
não vai. Somos o reflexo do passado, o desejo do futuro e temos algo de
atemporal em nossa existência.
E naquele momento chegou ali uma pessoa e começou a conversar com ele. Essa pessoa era a mesma que vinha naquelas noites também para conversar. As coisas se repetiam.
Sentiu o
arco do tempo girando e numa volta de 360 graus
unindo suas duas pontas. O ontem e o hoje eternizados nas lembranças e nas sensações.
O menino, hoje homem, já foi, mas continuava sendo o menino.
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