Li ontem a respeito de manifestações de algumas pessoas sobre a frase do cardeal arcebispo de Aparecida Dom Orlando Brandes, na missa do dia 12/10/21 “pátria amada e não pátria” armada. Estes obviamente já montaram o quadro bélico: o padre é um comunista que está contra nós, é o inimigo, vamos nos defender e ataca-lo. Vamos reprimir.
Nessa postura podemos notar claramente a dificuldade que eles têm de entender as
coisas, a barreira que existe na abstração e numa percepção mais intensa e ampla de
tudo. Parece que tudo para eles, está no plano da guerra, da briga e da questão
mais pessoal.
Aquela é a posição
do padre, não é verdade nem mentira, nada se tem que provar, não precisa ser
seguida, ele disse o que ele pensa, não precisa ser reprimida. Podemos conviver
com o contrário. Não foi um ataque pessoal.
Mas a mentalidade
é de briga, de guerra de rivalidade de ataque de fúria de raiva, Ai que ódio
desses que não pensam iguais a mim.
E a coisa
vai além, esbarra também na interpretação de texto, se contestou é porque não
interpretou de forma correta. O padre disse pátria amada e pátria é o todo.
Todos nós. A pátria é o pais e seu povo.
É o coletivo, não um grupo apenas. Ele
não disse amada apenas por alguns. Não há rivalidade, há o sonho de um país
cheio de paz e de respeito uns pelos outros. Ele disse
num plano ideal, no sonho de uma sociedade onde haja amor e o amor supere a
necessidade da arma.
Mas a dificuldade de abstração é tão grande que não
conseguem entender.
A incapacidade
de alcançar uma perspectiva lúdica das
coisas obsta o raciocínio mais lógico.
A
dificuldade de entender uma frase que
tenha princípios não empíricos é muito grande.
A
dificuldade também de alcançar um raciocínio que esbarre em conceitos da
psicologia ou da filosofia e de uma perspectiva mais ampla é tão grande que eles não conseguem ver a dimensão
poética e idealista da frase.
Quem sabe se
lessem mais, interpretariam melhor, se estivessem um pouco mais informados não
atacariam tanto. Se apesar de muito falarem, tivessem uma visão real do que é
uma pátria de todos pensariam diferente. Ou quem sabe pensar um pouco menos numa
perspectiva estrategista e bélica e mais
numa dimensão idealista e humanitária.
Para os
adeptos das armas inteligentes pátria amada é melhor que pátria armada, porque
é uma pátria onde o amor e respeito superaram a violência. A arma é para se defender enquanto se precisa da defesa, ou apenas para impor uma forma de poder?
Se a sociedade fosse amorosa e harmônica seria precisa a arma?
Esse é o
sonho do cardeal é o ideal, talvez utópico, difícil de ser alcançado, mas é um
sonho. Uma pátria onde todos de amem e ninguém precise de armas.
Pátria somos
todos nós.
Entenderam agora?
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