sexta-feira, 15 de outubro de 2021

PATRIA A(R)MADA

Li ontem a respeito de  manifestações  de algumas pessoas  sobre a frase do cardeal arcebispo de Aparecida Dom Orlando Brandes, na missa  do dia 12/10/21 “pátria amada e não pátria” armada. Estes obviamente já montaram  o quadro bélico: o padre é um comunista que está contra nós, é o inimigo, vamos nos defender e ataca-lo. Vamos reprimir.

 Nessa postura podemos notar claramente a  dificuldade que eles têm de entender as coisas, a barreira que existe na abstração e numa percepção mais intensa e ampla  de tudo. Parece que tudo para eles, está no plano da guerra, da briga e da questão mais pessoal.

Aquela é a  posição do padre, não é verdade nem mentira, nada se tem que provar, não precisa ser seguida, ele disse o que ele pensa, não precisa ser reprimida. Podemos conviver com o  contrário. Não foi um  ataque pessoal.

Mas a mentalidade é de briga, de guerra de rivalidade de ataque de fúria de raiva, Ai que ódio desses que não pensam iguais a mim.

E a coisa vai além, esbarra também na interpretação de texto, se contestou é porque não interpretou de forma correta. O padre disse pátria amada e pátria é o todo. Todos nós.  A pátria é o pais e seu povo. É o coletivo, não um grupo apenas.  Ele não disse amada apenas por alguns. Não há rivalidade, há o sonho de um país cheio de paz e de respeito uns pelos outros.   Ele disse num plano ideal, no sonho de uma sociedade onde haja amor e o amor supere a necessidade da arma.

Mas a  dificuldade de abstração é tão grande que não conseguem entender.

A incapacidade de alcançar  uma perspectiva lúdica das coisas obsta o raciocínio mais lógico.

A dificuldade  de entender uma frase que tenha princípios não empíricos é muito grande.

A dificuldade também de alcançar um raciocínio que esbarre em conceitos da psicologia ou da filosofia e de uma perspectiva mais ampla é  tão grande que eles não conseguem ver a dimensão poética e idealista da frase.

Quem sabe se lessem mais, interpretariam melhor, se estivessem um pouco mais informados não atacariam tanto. Se apesar de muito falarem, tivessem uma visão real do que é uma pátria de todos pensariam diferente.  Ou quem sabe pensar um pouco menos numa perspectiva estrategista e bélica  e mais numa dimensão idealista e humanitária.

Para os adeptos das armas inteligentes pátria amada é melhor que pátria armada, porque é uma pátria onde o amor e respeito superaram a violência. A arma é para se defender enquanto se precisa da defesa, ou apenas para impor uma forma de poder? Se a sociedade fosse amorosa e harmônica seria precisa a arma?

Esse é o sonho do cardeal é o ideal, talvez utópico, difícil de ser alcançado, mas é um sonho. Uma pátria onde todos de amem e ninguém precise de armas.

Pátria somos todos nós.  

Entenderam agora?

 

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