quarta-feira, 13 de julho de 2022

PRISIONEIROS

Olhou em volta e viu as fortes grades. Não podia sair, estava enredado naquele lugar. Uma pequena sela apertada, claustrofóbica, muito assustadora.

O ar lhe faltava!

Olhou mais além e viu a forca. Numa fração de segundos viu aquele amontoado de cordas vindo para cima dele. O nó estava ali em seu pescoço e alguém estava apertando.  Estava sendo sufocado, quase não conseguia mais respirar.

Olhou em outro  canto e viu um torno. De repente sua cabeça estava presa a ele e novamente sentiu aperto. Alguém girava aquela roda e a cabeça foi sendo comprimida pelas duas partes da ferramenta. Pressão na cabeça que quase fazia os miolos saírem pelo ouvido.

De repente todo o corpo estava sendo apertado. E os ossos esmagados. 

Ficou zomzo. Quase perdeu os sentidos.

Era submetido a mais cruel das torturas.

Agitou-se desesperou-se, se debateu. Seus olhos ficaram molhados, suas roupas também. Sentiu que estava com febre. Começou a tossir sem parar, talvez essa fosse uma forma de expelir de dentro de si todo aquele horror. Sentiu as piores sensações. Quase morreu naquele instante.

Depois acalmou-se.

Olhou em volta e percebeu que o cenário terrível era apenas o seu quarto . Os terrores, os sintomas de uma falsa  covid.

 Prisioneiro da mente e seus cenários fantasmagóricos, todos somos.  

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