Olhou em volta e viu as fortes grades. Não podia sair, estava enredado naquele lugar. Uma pequena sela apertada, claustrofóbica, muito assustadora.
O ar lhe faltava!
Olhou mais além e viu a forca. Numa fração de segundos viu
aquele amontoado de cordas vindo para cima dele. O nó estava ali em seu pescoço
e alguém estava apertando. Estava sendo
sufocado, quase não conseguia mais respirar.
Olhou em outro canto
e viu um torno. De repente sua cabeça estava presa a ele e novamente sentiu
aperto. Alguém girava aquela roda e a cabeça foi sendo comprimida pelas duas
partes da ferramenta. Pressão na cabeça que quase fazia os miolos saírem pelo
ouvido.
De repente todo o corpo estava sendo apertado. E os ossos esmagados.
Ficou zomzo. Quase perdeu os sentidos.
Era submetido a mais cruel das torturas.
Agitou-se desesperou-se, se debateu. Seus olhos ficaram
molhados, suas roupas também. Sentiu que estava com febre. Começou a tossir sem
parar, talvez essa fosse uma forma de expelir de dentro de si todo aquele
horror. Sentiu as piores sensações. Quase morreu naquele instante.
Depois acalmou-se.
Olhou em volta e percebeu que o cenário terrível era apenas
o seu quarto . Os terrores, os sintomas de uma falsa covid.
Prisioneiro da mente
e seus cenários fantasmagóricos, todos somos.
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