Um dia diante de uma travessura minha meu pai me chamou para conversar. Ele disse de um modo sereno: -Vem aqui conversar com o papai – sentou-me no sofá e agachou-se à minha frente. Então com palavras amorosas e sábias me convenceu a não mais praticar aquele ato por ele reprovado. Não, ele não usou palavras duras, não esbravejou, não impôs autoridade, não, nada disso importava. Tinha a sabedoria para entender que seu ato de humildade se agachando diante de mim, a fala mansa e a força da razão seriam bem mais eficazes. Não importava se impor, não havia aquela soberba do autoritarismo, nem a insanidade da violência física ou verbal. Existia amor e vontade de fazer a coisa certa. Dizem que só aprendemos quando mudamos nosso conceito sobre alguma coisa. E ele sabia fazer isso.
Hoje meu pai faria aniversário.
Seriam 87 anos. Faria não, faz.
Sinto falta dele. Uma vontade imensa de vê-lo
novamente, beijá-lo, desejar felicidades e ouvir algum dos seus sábios
conselhos.
Restam somente a foto, a imaginação, que tem um força imensa e minhas palavras escritas, meu maior trunfo,
mas nada disso se compara a um abraço.
Parabéns meu pai, que meu abraço rompa os
limites do tempo, viaje além das nuvens, fure as barreiras dos insondáveis
mistérios e o alcance no esplendor da glória em que se encontra e o enlace como
prova do meu amor e como o mais profundo
desejo de felicidade. Eterna felicidade diante
da luz mais brilhante e redentora em que estás agora.
Eternamente grato por tudo.
Revivo cada passo de nossa caminhada juntos, e vejo em tudo um encanto. Valeu ouvir
seus conselhos, sua risada gostosa, suas brincadeiras e até as broncas. Valeu
ver você consertando o meu brinquedo, cantando comigo, me levando para passear,
me aconselhando, e cuidando de mim de
mil formas.
Para o amor não existe limites nem barreiras. Amo-te
sempre. Parabéns papai.
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