quinta-feira, 11 de agosto de 2022

MARIO ARMÁRIO E OS ÓTARIOS.

 Mário abriu seu facebook e viu aquele comentário indelicado numa de suas postagens. O sujeito rebatia suas ideias em frases desconexas e num péssimo português. Xingou até a sua sexta geração, e o mandou para diversos lugares feios . Um show de indelicadezas acompanhadas de palavrões, erros ortográficos e barbarismos gramaticais. Que horror!. Era um daqueles!  E a final usou aquela frase conhecida que fazia seu nome rimar com a palavra armário.

 Era sempre assim, bastava colocar alguma coisa referente às suas posições políticas que logo vinha um engraçadinho para fazer aqueles comentários raivosos e infundados. Se pelo menos aquilo tivesse algum fundamento, mas nunca tinha. Era a agressão de graça, apenas à expressão do ódio e a ausência total da razão.  Aquela turminha do ódio não tinha nunca uma fundamentação lógica. Na verdade eles não sabiam nada de nada.

Mas por outro lado era capaz de entender o que estava por traz de tudo aquilo. A grande sacada, a manipulação total.  A poderosa máquina do algoritmo, a grande rede das fake-news, a manipulação total das consciências. Aqueles não passavam de robôs teleguiados, programados para atacar e criar o conteúdo, conteúdo do mal que se multiplica indefinidamente.

Mais uma vez soltou aquela gargalhada de triunfo e sentiu-se um sortudo por poder entender o processo e não cair na grande teia.

 Seguiu em frente, sem responder, sem entrar em conflito com ninguém, mas de uma coisa tinha certeza: se o post teve aquela resposta raivosa é porque foi capaz de cutucar, de provocar e fazer pensar, e era exatamente isso que ele queria. A coisa fez efeito. E se os incautos agrediram os prudentes abraçaram, então valeu a pena.

Ele pensou:  Mário está colocando os otários dentro do armário.

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