Advento
advém
advindo
Ah Divino!
Bem-vindo
É gerado
esperado
amado
Desabrocha
Floresce
transforma
cresce
Cremos
Esperemos
Amemos.
Advento
advém
advindo
Ah Divino!
Bem-vindo
É gerado
esperado
amado
Desabrocha
Floresce
transforma
cresce
Cremos
Esperemos
Amemos.
O agora é único
Uma flor uma haste
Um caminhar
Não o esperado
Nao se espera o agora
Unica flor no deserto
Viva-o ou despreze-o
So a ele tu tens
So a ele
Muito triste essa historia do homem espancado no Carrefour. O homem pedindo socorro sufocado e ninguém fez nada. Ficaram apenas filmando e assistindo o homem morrer.
Vejo pessoas tentando justificar dizendo que o rapaz era encrenqueiro ou coisa assim, mas nada justifica a violência. E quanto ela vem de uma autoridade, alguém incumbido de combatê-la como era o caso dos seguranças e entre eles, pasmem, um policial, a coisa fica ainda mais grave.
Levantou-se a questão sobre o racismo, o que é uma questão controversa, afinal de contas como saber a intenção das pessoas? Como ter a certeza de que por trás da agressão dos seguranças estava o racismo. Ele mora dentro das pessoas e pode-se ver no olhar, nos gestos, esta internalizado , embora muitos neguem sua existência. Mas essa negação é muito suspeita, talvez seja ela a forma de culpabilizar sempre o lado mais fraco. Eu não posso afirmar se houve racismo ou não. Não existe uma comprovação, algo externo, alguma fala, alguma coisa mais concreta que denote isso. Mas eu sei pensar e posso fazer cogitações. Se fosse um branco será que seria tratado daquela forma? Se fosse um branco as pessoas em voltas ficariam tão passivas? Se o homem andasse pela loja com roupas de marcas seria agredido? Se estivesse de terno e gravata seria tratado daquela forma? Nada posso afirmar, mas juntando as peças acredito na possibilidade de preconceito racial e social .
De qualquer forma é lamentável que em 2020 tenhamos que assistir uma cena tão desumana, vinda não de criminosos, mas sim de quem deveria cuidar e proteger.
Reclamou da loja, do sistema, não concordou com algo então merece apanhar e morrer. Porque se você discorda do sistema é assim que é tratado.
Talvez, isso venha da máxima do bandido bom é bandido morto, dessa onda de intolerância que tomou contas das pessoas de uns tempos para cá. Quem não se encaixa é bandido. Quem não tem determinado perfil é bandido A intolerância e o preconceito foram injetados na sociedade de forma devastadora a partir dessa onda conservadora que surgiu de uns tempos para cá, causando a regressão do nosso senso democrático que começava a dar os primeiros passos.
Lamentável essas manifestações de violência. Fico pensando se essas cenas de violência que têm acontecido com tanta frequência não foram influenciadas por uma onda ideológica propagada por certos políticos fazendo apologia ao autoritarismo para resolver as cosias. As pessoas ficaram inflamadas por uma chama de ódio que parece ter surgida do nada, mas veio na verdade de estratégias ideológicas muito bem engendradas. O marketing das ideias, o poder das fake-news moldando os comportamentos. E eis que de repente o brasileiro tornou-se violento e exalando um ódio irracional, discutindo por muito pouco, atacando por quase nada. Admitindo a falsa ideia de que violência resolve as coisas. Não foi por acaso. Essa onda fez um mal terrível à nossa sociedade e só agravou a violência. Nada trouxe de bom. Essa onda trouxe e empodeirou o lixo. Culminou com o fracasso cada vez maior da vida em sociedade. Do ponto de vista social nos fez regredir. Triste a cena do Carrefour, principalmente porque sabemos que por tras dela tem as mãos do racismo e do atraso.
O aluno, o paciente, o cursante, sentou-se à frente do computador. Não sabia como se classificar naquele caso. A terapia on line era uma espécie de curso de viver, era um aluno porque estava aprendendo e era o cursante, pois fazia um curso.
Abriu o computador para a sessão
de videoconferência. Gostava daquelas
sessões, sentia-se bem por poder relatar fatos e acontecimentos de sua vida. Podendo
ser monitorado e conduzido por um profissional competente. Jamais poderia imaginar
que um dia faria um tratamento assim de longe. E com eficiência.
Deu um viva à magia da tecnologia que pode afastar, mas também pode aproximar pessoas. Esse mundo fantástico. Esse mundo que põe o mundo na palma da nossa mão. Através dele temos acesso a tudo, todo o conhecimento todas as opiniões, todas as enciclopédias...
Daqui a pouco relataria as experiências
do viver podendo refletir melhor sobre
tudo.
Era mais um navegante nesse mar
azul e límpido de possibilidades e de encantos. O mar estava ali à sua frente
naquela tela, naquele mouse, naquele teclado. O mundo era seu, todo seu com
todas as possiblidades. Sentiu-se importante e ao mesmo tempo pequeno diante de
tudo aquilo.
Uma flor nasce num frio jardim. A natureza cria a matéria prima, cria a inteligência
do homem e o homem põe-se a navegar pelo mar dourado das invenções, dos códigos,
das máquinas e da constante evolução. Quanta coisa aconteceu até chegar esse
momento, onde ele pode, simplesmente, da forma mais natural possível, falar um
pouco de si. E de dentro do mundo
aparentemente frio da tecnologia e da máquina, paradoxalmente desabrocha a flor da emoção, da sensibilidade e da reconstrução do ser.
Quantos bites foram necessários para que ela desabrochasse?
Agora basta apenas dar boa noite, dizer um nome, compartilhar a tela e ligar o microfone.
Campanha politica é uma coisa muito interessante. E cheia de
contradições. Nessa brincadeira rola dinheiro, rola fake News, rolam acusações
infundadas, boatos e mais boatos. Eles conseguem até convencer às pessoas que
um partido com um longo histórico de corrupções conchavos e mamatas pode
ser uma proposta de mudança e inovação. E outros que há pouco tempo eram
aplaudidos agora são xingados. Pessoas que nas eleições passadas se
diziam de esquerda e tinham um discurso progressista, se esbaldando nos mesmos
cliclês que combatiam até tão pouco tempo. Parece que as mãos do fisiologismo
perpassam todos os cantos e vai transformando tudo, jogando por terra ideias e
conceitos. Tem muitas midas por aí, que transformam não só tudo em ouro,
mas todos em cupinchas. Como mudam nessa época! Apoiando o que sempre
combateram e combatendo o que sempre apoiaram. Votos comprados, valores
vendidos. A força devassadora do marketing, das fake News, a ideologia
conduzindo as coisas e determinando comportamentos. Em pouco tempo a
cabeça do eleitor muda e ele nem desconfia que tem algo por trás disso. Jamais
é capaz de imaginar que foi apenas massa de manobra. Heróis que viram
bandidos, bandidos que viram heróis. Meu Deus que loucura é essa? O mesmo povo que há dois anos
fazia soar no ar o brado raivoso da parte mais conservadora na nossa politica
agora abraça a ala liberal acreditando ser essa a solução. Quanta
contradição. Na certa consideram tudo igual. E fica mesmo tudo igual. So resta
perguntar: até quando?
Vejo roedores aqui
que ferrenhamente roem
a calma e sossego destroem
não tenho como fugir
Sao eles os mesmos ratos
que tanto tiram o sossego
que dão asco, nojo e medo
após tantos e tantos fatos
devoradores crueis insanos
Vão roendo sonhos vidas e panos
deixam tudo em frangalhos
perseguidos se escondem
o esconderijo nao sei onde
voltam a roer no primeiro atalho
A manhã é densa
Nublada, soturna
Mas vejo um lume escondido
Pro trás da bruma
É o enigmático trotar da vida
Com sua apreensão e ardor
Estranha essa estrada
De lama e pó... salpicada
De esperança e de dor
Passei pela rua vi pessoas
com bandeiras fazendo campanha
me esquivei um pouco
porque já tenho a manha
mas de nada adiantou
mais à frente me ferrei
me acertaram outra vez
num vacilo que eu dei
a historia se repetia
fiquei pensando então
Agora é em toda campanha
já se tornou tradição?
vou contar essa historia
pra você já ir entendendo
e dizer se é sorte ou castigo
o que vem me acontecendo
na campanha passada
no ano de 2018
eu andava pela rua
apressado e afoito
distraído e preocupado
veja o que me aconteceu
levei um tremendo susto
quando o fato ocorreu
quando passei bem do lado
de uma cabo eleitoral
que balançava uma bandeira
como roupa no varal
e dizia em bom som
preste atenção não esqueça
Zé Mané é nosso candidato
É Zé Mané na cabeça
e deu-me com bandeira
assim tão de repente
uma pancada na cabeça
que quase me cai um dente
eu então argumentei
esse candidato lhe mente
A frase Zé mané na cabeça
não é pra bater na gente.
e agora nessa campanha
a historia se repete
outra bandeirada levei
é a sorte que a mim compete
Mas analisando a realidade
posso muito bem agora entender
políticos nos acertam o tempo todo
E desconfio é mesmo por querer
A pancada na cabeça
doí que a gente até mia
mas ela acontece sempre
por aí no dia a dia
quando votam uma lei
que prejudica nosso povo
o mais pobre então leva
uma bandeirada de novo
reforma de previdência
que bandeira mais doída
no seu pano está escrito
trabalhe por toda vida
A da reforma trabalhista
muitos enrolam no peito
pra esconder os dizeres
Perdeu para sempre seus direitos
Bandeira preta de luto
é a do tal congelamento
da saúde e da educação
essa é feita de cimento
Para bandeiras assim
Não deixam que o pano sobre
essas nao atingem os ricos
so caem na cabeça do pobre.
Ricos levantam sempre
bandeira da privatização
porque eles podem pagar
por coisas que o pobre não
Têm planos de saúde
não precisam do SUS
e para a escola pública
eles dizem "Ah Curuz"
E para se aposentar
pagam previdência privada
Garantindo assim
uma velhice sossegada
O pobre vai perdendo tudo
em cada nova bandeirada
sem direito sem aposentadoria
não lhe resta mesmo nada.
tiraram um bandeira
ficou um buraco na rua
esse buraco mais parece
uma cratera da lua.
hastearam numa terça-feira
a bandeira da extorção
da famigerada e bandida
taxa de iluminação.
Não sei qual a bandeira
que está escondida num cantinho
Porque brotam do nada
tantas praças e banquinhos.
A pancada vem também
na obra não acabada
Essa bandeira é conhecida
como super faturada.
Bandeira do desmatamento
da rachadinha e da mala
descem com mastro e tudo
na cabeça e até na cara
Imposto alto é bandeira
das que mais tremulam ao vento
essa desce sem piedade
girando como um catavento
Bandeiras descem assim
machucando muitos seres
estão em todas as partes
em todos os tais poderes
Essa triste historia
Se quer um dia mudar
vote com consciência
pra outra bandeira hastear
bandeira da liberdade
da justiça da retidão
está escondida no voto
no poder da sua mão.
escolha bem a bandeira
que você vai abraçar
pois sua vida inteira
dela sempre dependerá.
É muito fácil para quem não precisa de saúde
pública e pode pagar plano de saúde ou tratamento particular ser a favor da privatização
do SUS. Também é fácil ser a favor de congelamento de investimentos em saúde e
educação quando se pode pagar plano de
saúde e colocar os filhos em escolas particulares. E para quem pode pagar plano
de previdência privada ou investimentos na área financeira para ter seguridade
social na velhice é fácil ser a favor de reforma de previdência. O patrão não precisa
de direitos trabalhistas, então que seja feita reforma trabalhista. É fácil ser
a favor de tortura quando ela é para os outros, todos aqueles que são a favor não
querem ser submetidos a ela. Como aquele
velho deitado: refresco no olho dos outros é pimenta. Se a minha classe não é
atingida estão está tudo bem, façamos reformas e privatizações e digamos que é para
o bem de todos. Assim é todo o pensamento de direita, desde a ala liberal até a mais conservadora.
Ideologia toda calcada na exclusão e nos privilégios. Onde os trabalhadores e as classes mais baixas
não têm vez. Muito distante de uma visão
de uma sociedade justa, humana e igualitária.
E tudo em política gira em torno
disso. Pense de que lado seu candidato está.
O nosso presidente é a favor de
tudo isso, inclusive quando parlamentar votou a favor de todos esses privilégios,
fez a reforma de previdência e agora propõe essa barbaridade que é a privatização
do SUS. Ele, assim como qualquer um dos concorrentes de agora têm o direito de
pensar como quiser e defender suas ideias, cabe a mim eleitor decidir quem está do meu lado ou
não. Eu pergunto de que lado ele está? De um grupo de privilegiados ou do povo
pobre e trabalhador?
Quem é quem na nossa política?
Quem é quem nas eleições 2020?
***
Gostei quando um candidato a vereador humildemente veio me pedir o voto um dia desses . Aquele mesmo que na campanha eleitoral de 2018 defendendo ferrenhamente seu candidato herói , me atacou de forma agressiva e grosseira nas redes sociais, embalado talvez por aquela onda de ódio “irracional” que pairava no ar.
Nem de longe ousou mencionar o nome daquele candidato, o tal que ia acabar com a corrupção e fazer tudo diferente e nem disse nada sobre seu governo com medo de influenciar negativamente na campanha de agora. Se não me engano está até num partido que faz oposição a esse seu grande herói do passado, hoje esquecido em seu discurso. KKK.
Como as coisas mudam!
Pensei em lembrá-lo do fato ocorrido e questionar sobre as mudanças drásticas que foram prometidas, mas nada falei, apenas agradeci.
Fiquei pensando: Para onde foi aquele ódio e toda aquela idolatria?
M
MÚCIO ATAIDE
Na discussão no acalorado debate, ele procurava a racionalidade para esmagar a racionalidade do outro, mas não percebia que o ódio que o fazia procurar a racionalidade era algo extremamente irracional. E o outro por outro lado procurava outra ideia plausível para garantir que estava certo e derrubar a racionalidade do primeiro. Não queria perder a guerra E os ódios futucavam dos dois lados. E os ânimos se exaltavam e a veias dos pescoços esticavam e as vozes ia se alterando, sussurros se transformaram em palavras duras que se transformaram em gritos e então a racionalidade buscada estava inatingível e cada um só queria provar que estava certo sem nem mesmo saber quem estava. Afinal de contas o que é a verdade? Já não importava mais as ideias, só queria vencer o outro, vencer o que era diferente, pensava diferente e só uma verdade pode existir, só a minha. A vaidade o orgulho e o ego desfilam nessa passarela. Eu estou certo e nada mais importa, mesmo que alguns pontos no discurso do outro tenham me balançado, eu os ignoro só o que eu disse tem valor. Eu sou mais eu. E só eu sei das coisas e o meu lado é o certo o dele errado. O meu partido é honesto o dele é corrupto, o meu Deus é o bom o dele não é, o meu time é o campeão e sempre será o dele nunca foi. Eu sou eu só vale o eu, eu tenho a razão eu sei de tudo, não me questione ele é apenas o que não é como a mim e isso é o suficiente para considera-lo inferior. Minhas ideias se alteram eu penso mil coisas eu me agito. Eu defendo o que acredito tenho autoconfiança não fico em cima do muro, não questiono eu sei das coisas, a verdade está do meu lado. Do que falávamos mesmo no começo desta crônica desesperada? Ah da racionalidade. Perdeu-se por aí.
Neste site, um pouco da carreira literária de Múcio Ataide, seguindo o caminho das letras para brindar a vida e descobrir seus encantos e...