sexta-feira, 26 de agosto de 2022

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 Pensando aqui...

Ontem na entrevista do Jornal Nacional o candidato a presidente Lula disse uma coisa interessante. Nos tempos em que o debate politico  maior estava era  entre PSDB e PT, as divergências  eram mais amenas e havia um respeito maior entre os adversários. De uns tempos para cá parece que uma névoa esquisita tomou conta das pessoas e então o opositor se tornou inimigo. Se você pensa diferente de mim você é do mal.  Um se sente na obrigação de xingar  o outro por pensar diferente. O que será que aconteceu? Por que essa onda estranha de ódio tomou conta do Brasil? Um país que sempre foi símbolo de paz e harmonia... Será que é preciso xingar, humilhar os outros na defesa das nossas ideias?

 Meu imponente é meu inimigo? Existe o bom e o ruim? O lado certo e o lado errado? Somos nós contra eles? Quem somos nós e quem são eles?   Meu time é melhor que o seu? É guerra? De onde vem isso? Por que isso ocorre hoje no Brasil?  Quem está nos induzindo a esse comportamento?  E a quais interesses a indução a esse comportamento atende? Só pensando...

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

FILHO DE LATA

 Dirigia pela estrada no seu amado fuscão. Havia reformado o carro e estava muito feliz. Além da parte mecânica e elétrica totalmente em dia  a preciosidade tinha  a cor vermelha viva, rodas de liga leve em formato de cruz e alguns acessórios bem curiosos .O carango parecia mais novo que os novos e tinha muita estrada ainda para rodar.

Fazia deslizar pela rodovia o charme a elegância e o cuidado nos mínimos detalhes. Um pequeno meteoro vermelho rasgando a  noite.

  Ter um carro antigo dá um certo status  e desperta a curiosidade das pessoas. Era como uma marca registrada. Ah é aquele cara do fusção.

 E o fato de ter reformado o carro fazia com que algumas  pessoas entendessem que ali existia algo mais que um veículo, um objeto que foi adornado preparado  e cuidado com muito carinho. Dá muito trabalho reformar e também gasta-se muito dinheiro.  Era quase como um filho, um filho de lata, charmoso, bonito e diferente. Sua marca registrada na mundo.

 Tem gente que torce a cara, ah carro velho é carro velho, pode reformar que continua sendo velho. Alguns condenam o comportamento diferente e outros até esnobam Ah que coisa de pobre reformar carro. Tem que comprar o novo isso sim.

Outros apoiam, reconhecem o trabalho e o esforço despendido e aplaudem a inicitaiva. 

As opiniões divergem, mas o charme vermelho vai pela estrada levando dentro dele a alegria, a satisfação e a realização de um sonho.

Quando se decide cuidar de uma  árvore, têm-se que plantar, regar, podar, adornar com terra e adubo, cinzelar, alimentar,  para depois  vê-la florir. 

Com filhos de lata também é assim.

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

SOPRAR DOS VENTOS

 É um livro que se fecha

Quando uma vida termina

O fim de uma bela  peça

No triste  baixar  da cortina

Sabedoria, sentimentos, histórias, cordão de sonhos

linda  pipa que em pleno voo vai

com o soprar dos ventos não se aguenta

A linha então  se arrebenta

E toda beleza pelos ares cai

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

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 PENSANDO AQUI...

Já começaram as fakes, os ataques e aS manifestações  de ódio  nos posts referentes à política na nova campanha eleitoral.  Que coisa bonita! Eita nós! A mesma coisa!

 Eu de minha parte pretendo fazer publicações do ponto de vista ideológico, evitando publicar qualquer noticia não confirmada,  evitando qualquer ataque pessoal ou que venha a ofender a qualquer pessoa. Não me considero dono da verdade, procuro ter  uma visão relativista, dialética e democrática sobre todos os assuntos  e nunca formulo minhas opiniões a partir do certo e do errado, mas sim a partir do que eu acho melhor ou pior, e isso depende da situação e do contexto. Não seria a verdade uma abstração que varia de acordo com a época, a cultura e uma série de fatores?  E aqueles que têm uma visão maniqueísta da realidade me parecem bem ingênuos.  Entre o certo e o errado, o alto e o baixo, o oito e o oitenta, meu time e o seu time, o meu candidato e o seu,  existe muita coisa. O buraco é mais embaixo...

Então respeito é fundamental.

Cada um publica o que quiser e eu também. Se eu vir uma postagem e concordar com ela posso até ir lá e comentar e dar o meu apoio, mas não vou entrar na postagem de ninguém para discordar nem para ofender. Acho isso de muito mau gosto e uma enorme grosseria. Coisa de quem não sabe respeitar a opinião dos outros e carrega ódio dentro de si.

Se alguém fizer algum comentário deselegante nas minhas postagens não vou responder nem rebater apenas ignorar. Quem é capaz de fazer isso não merece a mínima atenção...  

MARIO ARMÁRIO E OS ÓTARIOS.

 Mário abriu seu facebook e viu aquele comentário indelicado numa de suas postagens. O sujeito rebatia suas ideias em frases desconexas e num péssimo português. Xingou até a sua sexta geração, e o mandou para diversos lugares feios . Um show de indelicadezas acompanhadas de palavrões, erros ortográficos e barbarismos gramaticais. Que horror!. Era um daqueles!  E a final usou aquela frase conhecida que fazia seu nome rimar com a palavra armário.

 Era sempre assim, bastava colocar alguma coisa referente às suas posições políticas que logo vinha um engraçadinho para fazer aqueles comentários raivosos e infundados. Se pelo menos aquilo tivesse algum fundamento, mas nunca tinha. Era a agressão de graça, apenas à expressão do ódio e a ausência total da razão.  Aquela turminha do ódio não tinha nunca uma fundamentação lógica. Na verdade eles não sabiam nada de nada.

Mas por outro lado era capaz de entender o que estava por traz de tudo aquilo. A grande sacada, a manipulação total.  A poderosa máquina do algoritmo, a grande rede das fake-news, a manipulação total das consciências. Aqueles não passavam de robôs teleguiados, programados para atacar e criar o conteúdo, conteúdo do mal que se multiplica indefinidamente.

Mais uma vez soltou aquela gargalhada de triunfo e sentiu-se um sortudo por poder entender o processo e não cair na grande teia.

 Seguiu em frente, sem responder, sem entrar em conflito com ninguém, mas de uma coisa tinha certeza: se o post teve aquela resposta raivosa é porque foi capaz de cutucar, de provocar e fazer pensar, e era exatamente isso que ele queria. A coisa fez efeito. E se os incautos agrediram os prudentes abraçaram, então valeu a pena.

Ele pensou:  Mário está colocando os otários dentro do armário.

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

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Pensando aqui... 

Hoje enquanto estava lendo percebi uma coisa interessante, enquanto eu leio focando nas palavras, na estética, na formação das frases e no som dos vocábulos eu acho a leitura chata  e as vezes até sem sentido, porém quando ao ler eu foco no sentido do texto, na trama e faço um fio de meada dos acontecimento eu entendo muito melhor e sinto que a palavra não existe de per sií, ela é escrava de algo maior, ela apenas é a condutora das ideias e dos acontecimentos. A simples mudança da maneira de se ler faz a leitura se tornar mais prazerosa e tudo fazer mais sentido...

terça-feira, 9 de agosto de 2022

PAGUEM MEUS BOLETOS

 Um dia desses fiz uma coisa que não costumo fazer. Mostrar a alguém um livro em produção, e logo aconteceu o que era previsto uma chuva de críticas e sugestões, mude o título, faça um outro desenho da capa, faça aquilo, mude daqui e dacolá.

Entendo que talvez a intenção seja ajudar, mas sinceramente me incomoda essa mania que as pessoas  têm de colocar  defeito em tudo. Talvez eu seja um pouco soberbo e desdenhe as opiniões das pessoas, mas me incomoda um pouco. Dá a impressão de que tudo o que a gente faz é errado. Estão sempre pondo defeito em tudo, nas nossas roupas, ou na maneira de nos vestirmos, na nossa casa, nos nossos hábitos.

Criticas e fofocas, o momento em que a vida do outro se torna mais importante que a nossa.  Incrível  a dificuldade que algumas pessoas têm de cuidar da própria vida. Um dia li uma matéria que dizia que quem comenta da vida dos outros está deixando a sua de lado, como se no momento da fofoca dobrasse a própria vida a colocasse no bolso e fosse cuidar da do outro. E durante o  tempo que perdem com isso poderiam estar cuidando de coisas importantes para si,  exercendo alguma atividade que lhes trouxesse benefícios, crescendo evoluindo, resolvendo seus próprios problemas, apenas perdem tempo porque não mudam a sua vida nem a vida do outro enquanto comentam. Resumindo um tempo perdido.

Parece que estão sempre dispostos a invadir nosso espaço e nossa privacidade. Como alguém que invade o quintal do vizinho para afanar algo e nesse caso afanam o sossego a tranquilidade e semeiam por lá ódios e desavenças.

Privacidade, essa palavra parecia desconhecida por muitas pessoas. Se soubessem entende-la tudo seria muito fácil.  Mas acredito que essas atitudes venham sempre de pessoas fúteis que estão por aí por aí, que vivem sem um propósito parasitando, assim como os parasitas invadem nosso corpo e fazem estragos por lá elas também fazem seus estragos e devem ser eliminadas de nossas vidas assim como os parasitas, eliminados  para todo o sempre.

Talvez seja o ponteiro do desconfiômetro que esteja estragado.  Um defeito que acontece muito. Talvez a vida deles esteja sem graça e a minha mais interessante. Curioso que essa pessoa nunca escreveu um livro e não entende nada do mercado literário para dar palpites.

  Queria ver alguém dizer:  - Olha só seus boletos já chegaram gosto muito de você, vou pagar todos eles! Tai uma invasão de privacidade que eu aprovo totalmente.

Que todos cuidem de sua própria vida.

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

LIVRE

 Sempre tem o livro. E essa ideia paira o tempo todo em minha mente.

 Sempre tem o livro E  é para lá que eu vou.

Tem doenças, mas tem o livro, tem mortes, mas tem o livro. Tem dissabores e aborrecimentos, mas estes se dissipam nas páginas.  Madrugadas insones turbinadas de pensamentos catastróficos, porém existe  o livro, para amanhã de manhã, ou para agora mesmo. Tem o livro para compensar, para tapar os buracos. Livro catarse, livro refúgio, porto,  amparo, abrigo, âncora.

Mundos e enfeites, adornos e deleites...  

Livro onde se bebe as palavras, sua beleza, seu encantamento e suas infinitas possibilidades. 

Universo repleto de magias,  onde me banho da mais pura poesia,  onde se busca significados e se entra em tramas e enredos. Onde desfilam  as mais diversas emoções, onde se  chora, se ri,  se vive outra vida  e se é transportado para Roma, para Nova Iorque, para o século passado, para milhões de mundos e  eras. Eras, és, e sempre serás, livro um grande achado, um tesouro, uma referência. Um tudo.

Não importa o estilo, nem a capa, se de terror, mistério, suspense, hot ou amor, clássico ou atual, se é do tipo que consideram  alta ou baixa literatura (que bobagem), não importa nada, apenas essa mistura de letras na tela ou no papel, esse cheiro de papel novo ou mofado, esse deslumbrante tom sépia,  a consistência  e a união das folhas num só propósito: unidas seremos um, nada importa apenas o prazer  do mergulho, do voo e do êxtase.

Ai de mim se não fosse ele, talvez estivesse na sarjeta, talvez todo o sentido da existência houvesse me fugido das mãos. Sempre existe ele, sempre posso me voltar para ele. Ele sempre me espera com braços abertos e um sorriso envolvente,  e sempre me oferece    um leque imenso de possibilidades. Ele é esse profusão de sempres...

La me embrenho por loucas viagens, delírios aceitos,  uma mentira melhor que a verdade. Um mundo falso muito melhor que o verdadeiro.  A total ausência de limites e o poder da liberdade.

Não existe nada igual.

Parafraseando Silas Fonseca,   Não me livro, não me livrarei, e assim livro sempre ficarei.

 Livre só o livro. 

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

EXTREMOS

 Dois extremos

Sempre estamos entre dois

Que se anelam, se rebelam

Eles se tocam, se reprimem

Ora se juntam, ora se separam

Duas pontas, dois lados

Amor e ódio

bem e mal 

Graça e pecado

Rude e terno

esquerda direita 

Céu e inferno

Ânimo, desânimo

aclive declive 

Efêmero e eterno

Um pensamento

Apenas um pensamento

Faz o humor virar mau humor.

A chave que vira

E do nada

A cabeça sóbria pira.

Duas pontas

Distantes e tão próximas

A alegria a um passo da tristeza

Sem o bonito não existe o feio

O alto nada é sem o baixo

Sem acelerador para que freio?

Dialética, paradoxo

Explicações que nada explicam

Navegamos entre dois mares

Em ondas que vão e vêm...

 

 Neste site,  um pouco da carreira literária de Múcio Ataide, seguindo o caminho das letras para  brindar a vida e descobrir seus encantos e...